O senador Aécio Neves
(PSDB-MG) criticou nesta quarta-feira o comportamento do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no episódio em que supostamente teria pressionado o
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para adiar o
julgamento do mensalão em troca de uma blindagem na CPI do Cachoeira. Em
encontro com pré-candidatos do partido às prefeituras, Aécio disse que o
episódio pode resultar em uma crise institucional.
Lula e Ministro do STF |
"É
algo triste para a democracia brasileira e grave no ponto de vista das
instituições. Lembro que o presidente Lula dizia para quem quisesse ouvir, que
quando saísse da Presidência da República iria mostrar qual o comportamento
adequado de um ex-presidente e certamente essa não era a expectativa daqueles
que acreditavam nas intenções dele", afirmou o senado.
De
acordo com reportagem da revista Veja, em
encontro ocorrido no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, Lula teria pedido
ao ministro Gilmar Mendes que atrasasse o julgamento do mensalão. Em troca, o
ex-presidente teria prometido blindar o ministro na CPI que investiga Carlinhos
Cachoeira de um suposto relacionamento com o bicheiro.
Na
terça-feira, Gilmar Mendes apresentou documentos do STF e cópias de extratos de
cartão de crédito que comprovam ter sido ele e o próprio Supremo os
responsáveis por arcar com a viagem que o ministro fez à Europa em abril do ano
passado e na qual encontrou o senador Demóstenes Torres em Berlim, na Alemanha.
Também ontem (29/05), Demóstenes negou que Cachoeira estivesse com os dois ou
que tivesse algo a ver com a viagem.
Aécio
disse ainda que o caso surpreendeu ao País e que houve um excesso por parte de
Lula que precisa ser investigado. "Fica
um ensinamento de que ninguém está acima da lei. Houve um excesso que
obviamente terá de ser julgado pela população brasileira", avaliou o
senador.
Para
Sérgio Guerra, o episódio mostra "o estilo com o que o PT governa". O
presidente do partido também aproveitou para alfinetar o ex-ministro José
Dirceu, réu no processo do mensalão. "Nunca
se viu um presidente da República ameaçar um ministro do Supremo. Mas isso só
mostra o que tenho ouvido falar, que dizem que o José Dirceu está morrendo de
medo porque, finalmente, a justiça vai ser feita", disse Guerra aos
pré-candidatos reunidos no encontro.
Fonte: Terra
Edição: Jhansen Barreto
Fonte: Terra
Edição: Jhansen Barreto
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